sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Citroën 2cv 1948-1990

Citroën 2cv 1948-1990

» Foi em 1936 que Pierre Boulanger, o sucessor de André Citroën, pede aos engenheiros da Citroën que projectem e construam um pequeno carro, com um caderno de encargos algo sui-generis: pequeno, económico, capaz de transportar 4 adultos e 50 kilos de carga, com grande conforto, capaz de atingir uma velocidade de 50 Kls./hora e cujo consumo não fosse superior a 3lts/100 Kls; que a suspensão fosse de tal forma eficiente que sendo conduzido através de um campo com uma cesta de ovos a bordo nenhum se partisse, e de tal forma simples que a esposa de qualquer agricultor fosse capaz de o conduzir sem reservas.

» Foi deste tão estranho quanto invulgar conjunto de especificações e exigências que viria a surgir uma das mais conhecidas e celebres lendas do automóvel do século passado que deu pelo nome popular de 2CV ( 2 Cavalos).

» Desde 1936 e até 1939, vários protótipos foram desenhados e evoluídos pelos engenheiros da Citroën, sob o nome de código TPV (Tout Petit Voiture).

» Em 1939, a Citroën aprestava-se para fazer a apresentação pública deste seu mais recente e genial modelo durante o Festival Automóvel de Outubro.

» O eclodir da Guerra, gorou este projecto, o Festival foi cancelado e a Citroën, decidida a manter o secretismo do projecto e seu desenvolvimento, fez destruir todos os protótipos e pré-séries até então construídos, cerca de 500. Mas nem todos foram destruídos. Uma pequena porção de algumas poucas unidades foi cuidadosamente escondida e mantida.

» Terminada a Guerra, decorreram, ainda 4 anos até que a Citroën finalmente revelasse ao público o 2CV. Aconteceu no Salão Automóvel de Paris em Outubro de 1948, perante o espanto da Imprensa de todo o Mundo. Especialmente a Imprensa Francesa ficou boquiaberta, estupefacta! Como podia a Citroën apresentar um produto que tinha tanto de feio como de esquisito? A controvérsia estava instalada e a Citroën foi até alvo de chacota. Mas se uns auguravam ao 2Cv um futuro promissor e brilhante, outros olhavam-no como um fracasso industrial e comercial.
» Nem uns nem outros acertaram, porque nem mesmo os mais optimistas poderiam alguma vez prever tão grande sucesso! Por instruções directas de Pierre Boulanger, a Citroën começou a seleccionar os Clientes a quem distribuía o 2CV: preferencialmente agricultores, médicos do interior, alguns artistas e pouco mais. Esta escolha criteriosa e selectiva gerou de imediato como que um Culto em torno do modelo, desse automóvel que só poderia ser adquirido por alguns. Muitos artistas franceses puderam contactar com o 2CV e mesmo conduzi-lo durante diversas tournées, o que acelerou a popularidade do 2CV.

» Fabricado desde 1949 até 1990, o modelo conheceu inúmeras alterações, séries especiais e diversas até chegar à última versão a mais e melhor conhecida de todos. Também os motores foram conhecendo evoluções sucessivas e a cilindrada elevada dos 375 cc iniciais, para os 425 cc, depois para os 435 cc, e finalmente os 602; a potência evoluiu dos 9 CV até aos 34 Cv (BHp) e a velocidade dos 50 Kls iniciais até aos 120 Klms dos 2CV da última geração.

» Surgiram as versões utilitárias mais diversas, da AZU à AK (250,350,e 400). Em 1961, foi finalmente apresentado aquele que se pretendia fosse o modelo de luxo do 2Cv e que deu pelo nome de AMI6.

Um automóvel moderno para a época (principio dos anos 60) fortemente personalizado pelo aspecto do óculo traseiro inclinado para dentro - a designada linha Z -, e extremamente cómodo que partilhava a mecânica do 2CV com um motor (pela primeira vez) de 602 cc.

» Em 1967, a Citroën lançou aquele que pretendia fosse o sucessor do 2CV, e apresentou a Dyane, que foi produzida até 1984, e depois praticamente esquecida, enquanto o 2Cv continuava a sua carreira de sucesso.

» Em 1968, a Citroën lança um outro modelo invulgar; um automóvel polivalente, inovador no seu aspecto e tipo de construção da sua carroçaria em ABS: O Mehari. Logo depois, o Ami 8 que substituía o Ami 6, e mais tarde uma versão do AMI 8 (Super) equipada com motor de 4 cilindros herdado do GS.

» Nada nem ninguém detinha o continuado sucesso do 2CV através do Mundo o número de adeptos crescia e as vendas continuavam. Até que em 27 de Julho de 1990, às 16:00 TMG da linha de montagem da Fábrica da Citroën em Mangualde, saia o último 2CV produzido, e este famoso mito se juntava ao rol dos automóveis lendários "fora de produção".

» Ficou a lenda, ficou o mito, ficou a história de um automóvel que começou como "pequeno" e terminou "grande", no mercado, na história e nos corações de quantos o possuíram ou possuem.

» Durante mais de 40 anos uma grande variedade de modelos e derivados foram conhecidos em todo o Mundo. Um total de 5.515.015 unidades das diversas versões, foram produzidas pelo Mundo fora em mais de 15 países, incluindo a Argentina, Bélgica, Chile, Irão e Portugal.




Fonte: http://www.citrogarage.p

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